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Despacho: Uma comédia de super-heróis que se tornou um jogo com coração
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Despacho: Uma comédia de super-heróis que se tornou um jogo com coração

Dispatch é o tipo de jogo que não parece real quando o descrevemos pela primeira vez: um super-herói acabado a trabalhar num emprego de secretária, gerindo ex-vilões num escritório cheio de cubículos. Mas o jogo é real e é o próximo título do AdHoc Studio, uma equipa formada por antigos programadores da Telltale. E sim, foi parcialmente inspirado em anúncios antigos do SportsCenter.

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A Polygon falou recentemente com o realizador Nick Herman sobre como Dispatch ganhou vida. A história remonta a 2018, quando o AdHoc Studio foi fundado por quatro figuras-chave da Telltale Games original. No início, não estavam a planear fazer jogos. Estavam a pensar em projectos de ação ao vivo, talvez algo entre formatos. Um dos primeiros trabalhos que conseguiram foi escrever um guião para uma comédia de escritório de super-heróis em live-action. O ambiente era estranho e seco, e eles estavam a ver toneladas de anúncios "This Is SportsCenter" da ESPN como referência.

Se te lembras desses anúncios, sabes o que te espera. Mascotes ao lado de máquinas de fax, atletas em cubículos, a Taça Stanley numa máquina de lavar louça. Um caos sem sentido. Herman e a sua equipa gostaram da sensação estranha de ver super-heróis a fazer trabalho de secretária aborrecido. Esse tom pegou. Estavam a preparar-se para iniciar a produção quando a COVID chegou e encerrou tudo.

Por isso, mudaram de rumo.

Já tinham investido tempo no guião, no tom e nas personagens, e não queriam desperdiçá-lo. Em vez de arquivar tudo, a AdHoc reimaginou-o como um jogo. E como já sabiam como criar títulos com narrativas ramificadas, voltaram a colocá-lo no espaço que lhes era mais familiar: a narração de histórias interactivas.

Dispatch: A Superhero Comedy That Became a Game With Heart 1

O resultado é Dispatch, um jogo em que jogas na pele de Robert Robertson, um antigo super-herói chamado Mecha Man. Agora, ele está atrás de uma secretária na Superhero Dispatch Network (SDN). Pensa numa SHIELD de baixa qualidade, com drama de escritório em vez de ação para salvar o mundo. Aaron Paul dá voz a Robertson e Jeffrey Wright faz de Chase, o seu colega de trabalho rabugento. O resto do elenco? Um grupo de vilões reformados que não são fiáveis, são instáveis ou são simplesmente estranhos.

Robertson é o tipo de gajo que devia desistir mas não o faz. Já não tem poderes e perdeu claramente o brilho. Mas continua a aparecer. Isso faz dele um tipo diferente de herói - um que apenas tenta fazer o bem, mesmo quando o mundo parece pequeno. Ele envia ex-vilões em missões, tenta manter as coisas unidas e gere o constrangimento interminável da vida num escritório de baixo orçamento.

Originalmente, o cenário era para ser muito mais sombrio. Herman disse que planeavam filmar a versão live-action num centro comercial junto a um Baskin-Robbins, com carpetes manchadas e uma iluminação terrível. Quando se tornou num jogo, isso deixou de fazer sentido. A arte dos jogos não tem os mesmos limites de custos que os filmes, pelo que se inclinaram para um design mais pormenorizado. O escritório da SDN ainda é antiquado, mas agora tem mais estrutura. Parece que pertence a um antigo edifício governamental. É retro, mas não é um lixo.

A equipa sabe que a cultura de escritório pós-pandemia mudou. O trabalho remoto é agora normal, e os grandes escritórios já não têm a mesma sensação. Mas para a Dispatch, o objetivo não era o realismo. Era o tom. Os cubículos e os colegas de trabalho, a má iluminação e a papelada - tudo isto faz com que a comédia funcione. Mesmo que pareça uma versão da vida no escritório que já não existe, não deixa de ser interessante pelo facto de ser tão familiar.

A jogabilidade centra-se na tomada de decisões. Escolhe-se o diálogo. Envias equipas. As tuas escolhas alteram a forma como as pessoas se sentem em relação a Robertson. As personagens lembram-se do que fazes. Se isto lhe parece familiar, é porque a equipa ajudou a moldar esta fórmula na Telltale. Dispatch não tenta reinventar a roda, mas deixa uma coisa bem clara: esta é uma experiência que coloca a personagem em primeiro lugar.

Herman explicou o sistema de escolha de forma simples:

"Sim, é difícil. Essa é a resposta curta. É difícil".

Isto porque cada decisão abre um caminho. E se queres que todos os resultados sejam bons, tens de os escrever como se fossem importantes. Herman disse que é como escrever vários programas de televisão ao mesmo tempo, em que cada caminho tem de ser bem sucedido, com resultados emocionais. Não se pode simplesmente fazer 30 finais e dar o assunto por encerrado. Se metade deles parecer preguiçoso, as pessoas vão lembrar-se.

Dispatch: A Superhero Comedy That Became a Game With Heart 2

Por isso, a AdHoc está a centrar-se nas relações. Querem que os jogadores se preocupem com as personagens, não apenas com os pontos da história. Se investirmos nas pessoas, os finais serão merecidos, independentemente do final que obtivermos. É para aí que vai a maior parte da energia da escrita.

Inicialmente, Robertson só ia gerir uma equipa de três heróis. Mas durante os testes, os criadores aperceberam-se de que enviar personagens em missões era mais divertido com uma equipa maior. Por isso, aumentaram a equipa. Isso significou mais escrita, mais animação, mais controlo, mas funcionou melhor. Agora, tens de fazer malabarismos com uma equipa completa, cada uma com a sua própria bagagem, capacidades e formas de te dificultar a vida.

O humor mantém-se seco e estranho. Imagina uma equipa de super-heróis que funciona como o teu escritório menos favorito. As missões vão desde impedir assaltos a ajudar gatos. Ninguém respeita Robertson, mas ele continua a dar o seu melhor. Há algo de triste e engraçado nisso.

Dispatch ainda não tem uma data de lançamento definida. Está previsto para 2025 e será lançado primeiro no PC, estando também previstas versões para consolas. Já podes experimentar a demo no Steam. O jogo completo chegará quando estiver pronto.

Entretanto, Herman recomenda que voltes a ver os anúncios antigos do SportsCenter. Eles são o núcleo estranho e engraçado do que este jogo está a tentar canalizar. Um mundo onde o fantástico se cruza com o mundano e toda a gente continua a fazer o mesmo.

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