
Rise of Rebellion vai ao fracasso - nem mesmo um veterano de Dark Souls conseguiu salvá-lo
Mais um Soulslike cai no chão. Desta vez, trata-se de Rise of Rebellion, um RPG de ação indie que era suposto seguir a onda de Dark Souls, mas que acabou por fracassar. O criador Hytacka - que terá trabalhado em Dark Souls 3 - foi brutalmente honesto sobre o fracasso do jogo, tanto a nível comercial como de crítica.
E sinceramente? É um caso de estudo em que "fazer um Soulslike" já não é um bilhete garantido para o sucesso.
"Os resultados não são bons. Em termos do meu objetivo, diria que foi um fracasso total". - Hytacka, através do seu canal no YouTube

As críticas do Steam contam a história toda
Quando Rise of Rebellion foi lançado a 21 de abril, os primeiros jogadores sabiam que algo estava errado. Atualmente, o jogo tem uma classificação mista no Steam após 127 críticas, e esse número de críticas é muito inferior ao que seria de esperar de um Soulslike indie de "sucesso".
Na cena indie, há uma estimativa aproximada para adivinhar as vendas: pega no número de críticas e multiplica-o por cerca de 30. Por essa matemática, Rise of Rebellion vendeu talvez cerca de 4000 cópias. Hytacka estava a apontar para 100.000.
Sim, isso é brutal.
E não são apenas os números. Os jogadores tinham queixas específicas:
- O combate tinha um aspeto elegante mas não tinha peso - as personagens quase que patinavam.
- Os ambientes e os inimigos eram genéricos.
- Não há um verdadeiro "gancho" para atrair os jogadores para além de ser "mais um Soulslike".
Se juntarmos tudo isto, temos um jogo que não conseguiu aterrar.
"Honestamente, vai demorar algum tempo até eu chegar a um ponto em que tenha algo para mostrar." - Hytacka sobre o futuro após o fracasso de Rise of Rebellion
O legado de Dark Souls é uma espada de dois gumes
Quando se coloca "Soulslike" no marketing, atrai-se instantaneamente a atenção de um certo público - mas também se elevam as expectativas a alturas insanas.
Dark Souls não criou apenas um género. Criou uma cultura:
- Combate punitivo mas justo
- Construção de mundos profundos e enigmáticos
- Design único de criaturas e bosses
- Uma vibração forte e pesada que foi inesquecível
Jogos como Sekiro, Bloodborne e Elden Ring não se limitaram a copiar Dark Souls - expandiram-no de uma forma que parecia nova. Rise of Rebellion tentou reproduzir o básico - esquivar-se, barras de resistência, espadas grandes - mas não ofereceu nada de novo ou memorável. E num mundo pós-Elden Ring? Isso não é suficientemente bom.

Os melhores jogos do género Souls até agora
Aqui está uma breve análise de alguns títulos do género Soulslike que conseguiram estar à altura (ou pelo menos honrar) o espírito Dark Souls:
Título | Ano | Pontuação Metacritic |
Dark Souls | 2011 | 89 |
Sanguinário | 2015 | 92 |
Dark Souls III | 2016 | 89 |
Nioh | 2017 | 88 |
Sekiro: As Sombras Morrem Duas Vezes | 2019 | 90 |
Concha Mortal | 2020 | 76 |
Anel de Elden | 2022 | 96 |
Mentiras de P | 2023 | 82 |
Se estiveres a fazer um Soulslike em 2025, não estás apenas a competir com as memórias de Dark Souls - estás a competir com Elden Ring, Sekiro, Lies of P e até Mortal Shell. A fasquia é muito alta.

O problema da editora
Outro problema de Rise of Rebellion? As expectativas das editoras. Kodansha - a editora que apoia o projeto - é conhecida principalmente por livros e manga, não por jogos.
Hytacka expressou uma preocupação real com o facto de o fracasso do jogo poder azedar a sua relação com a Kodansha. Perder o apoio da editora torna os projectos futuros ainda mais difíceis de arrancar, especialmente se o seu último jogo "bombardeou completamente".
Nas suas palavras, pode demorar algum tempo até ter algo novo para mostrar - mas está determinado a não desistir.
"Não perdi a minha ambição." - Hytacka, otimista quanto ao seu futuro no desenvolvimento de jogos

Tempos sombrios, pessoas fortes
Rise of Rebellion é um lembrete doloroso de que as boas intenções e as ideias fixes já não são suficientes no género Souls. É preciso ter uma mecânica que se destaque. Precisas de vibrações originais. Precisas de criar a tua própria identidade, e não apenas de reembalar Dark Souls numa pele ligeiramente diferente.
É uma pena ver um programador a solo (especialmente alguém que contribuiu para um jogo lendário como Dark Souls 3) tropeçar desta forma. Mas talvez isto também sirva de alerta para jogadores e programadores.
Nem todos os jogos difíceis com espadas são Soulslike. E nem todos os Soulslike estão destinados à glória.
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