CEO da Nvidia se reunirá com Trump em 2 de fevereiro
O presidente Donald Trump deve se reunir com o CEO da Nvidia, Jensen Huang, na Casa Branca nesta sexta-feira, 2 de fevereiro de 2025, marcando o primeiro encontro desse tipo entre os dois. Isso acontece em um momento crítico para a Nvidia, a fabricante de chips mais valiosa do mundo, que está enfrentando pressão após o surgimento de uma nova startup chinesa de IA, a DeepSeek, e seus recentes desenvolvimentos em tecnologia de IA.
A DeepSeek, uma empresa chinesa de IA, revelou recentemente seu modelo de chatbot R1, que tem sido visto como um concorrente daqueles desenvolvidos por grandes empresas dos EUA como a OpenAI, mas a um custo significativamente menor. Isso levantou preocupações de que a China está alcançando os EUA em tecnologia de IA, apesar da liderança dos EUA, em grande parte graças a empresas como a Nvidia, que fornecem os chips necessários para treinar modelos de IA.
A situação se agravou quando surgiram relatos sugerindo que a DeepSeek pode ter contornado os controles de exportação dos EUA comprando chips da Nvidia por meio de intermediários em Cingapura, levantando suspeitas de que a empresa chinesa estava obtendo tecnologia-chave ilegalmente. Como resultado, as ações da Nvidia foram atingidas no início desta semana, e o governo dos EUA iniciou uma investigação sobre essas potenciais violações.
Huang e a Nvidia têm feito lobby contra novas restrições de exportação que podem limitar sua capacidade de vender chips em todo o mundo, especialmente para a China. Os chips da empresa são vitais para o desenvolvimento de IA, e a Nvidia alertou que tais restrições podem prejudicar seus negócios e a posição dos EUA na corrida global de IA. A administração de Trump, ainda nos estágios iniciais de formação de suas equipes de políticas, já indicou uma postura dura sobre a venda de tecnologia dos EUA para a China.
A escolha de Trump para Secretário de Comércio, Howard Lutnick, também sinalizou uma disposição para agir decisivamente. Em sua audiência de confirmação esta semana, Lutnick expressou preocupações sobre a capacidade da DeepSeek de contornar os controles de exportação dos EUA e prometeu uma resposta "muito forte". O Bureau of Industry and Security, sob a direção de Lutnick, seria responsável por impor essas restrições à venda global de chips, particularmente aqueles com aplicações em IA.
Trump tentou minimizar a importância dos avanços da DeepSeek, chamando o progresso da empresa chinesa de um "chamado de despertar" para os EUA, mas também enquadrando-o como um "desenvolvimento positivo" que motivaria os EUA a fortalecer suas capacidades de IA. Em seu segundo mandato, Trump deixou claro que pretende posicionar os EUA como o líder global em inteligência artificial. Ele assinou recentemente uma ordem executiva criando um grupo interinstitucional para aconselhar sobre política de IA e propôs um investimento de infraestrutura de US$ 100 bilhões em tecnologias de IA, com potencial para US$ 500 bilhões em investimentos futuros.
A Nvidia, na vanguarda do boom da IA, se tornou um ponto focal nessa rivalidade tecnológica contínua entre EUA e China. Os chips da empresa permitiram um progresso significativo na pesquisa de IA, e a reunião de Huang com Trump provavelmente se concentrará em encontrar maneiras de equilibrar as preocupações com a segurança nacional com a necessidade de crescimento tecnológico. A Nvidia tem sido vocal na pressão por menos barreiras regulatórias que poderiam sufocar a inovação, especialmente enquanto a empresa navega pelas pressões geopolíticas em torno da tecnologia de IA.
O resultado desta reunião pode ter implicações significativas tanto para a Nvidia quanto para a indústria de tecnologia em geral. Por um lado, a administração de Trump pode afrouxar as restrições às vendas da Nvidia para a China, permitindo que a empresa continue prosperando. Por outro lado, os EUA podem adotar controles mais rigorosos para proteger sua vantagem tecnológica sobre a China. As discussões entre Trump e Huang podem moldar o futuro do desenvolvimento de IA, mercados de chips e relações EUA-China.
A comunidade de IA mais ampla está observando de perto. Sam Altman, da OpenAI, Masayoshi Son, da SoftBank, e Larry Ellison, da Oracle, se encontraram com autoridades dos EUA no início desta semana para discutir o futuro da IA e a necessidade de maior investimento em infraestrutura de IA. Altman enfatizou particularmente a importância da infraestrutura física para dar suporte ao desenvolvimento de IA, o que também pode beneficiar as operações da Nvidia.
À medida que os EUA e a China continuam a competir pelo domínio da IA, o próximo encontro entre Trump e Huang é um momento-chave na corrida tecnológica e geopolítica em andamento. Os resultados dessas conversas serão cruciais para moldar o futuro da tecnologia de IA e o papel que empresas dos EUA como a Nvidia desempenharão nesse futuro.
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